Uma história para o dia de São Valentim

jpLarry e Jo Ann eram um casal normal. Viviam numa casa normal numa rua normal. Como qualquer outro casal normal, tentavam fazer face às despesas e dar o melhor aos filhos.

Mas também eram normais num outro aspeto: tinham as suas discussões. E muitas das questões prendiam-se com o que não estava bem no seu casamento e com quem tinha a culpa. Até que um dia aconteceu uma coisa extraordinária…

— Sabes, Jo Ann, tenho uma cómoda mágica. Sempre que abro uma das gavetas, ela está cheia de meias e roupa interior — disse Larry. — E tenho-me esquecido de te agradecer por contribuíres para isso ao longo de todos estes anos!

O Ann olhou para o marido, espantada. E ele continuou:

— Só quero que saibas o quanto me sinto grato por estas gavetas mágicas.

Jo Ann abanou a cabeça e voltou à costura.

O que será que lhe aconteceu para se lembrar finalmente…?” disse para si própria.

 E o “novo” comportamento de Larry intensificou-se.

— Jo Ann, que jantar magnífico! — elogiou numa outra noite. — É incrível pensar que nos últimos 15 anos, deves ter preparado mais de 1400 refeições para mim e para os miúdos. E como me esqueço quase sempre de agradecer!

E ainda:

— Obrigado, Jo Ann, por seres quem és! Amo-te!

“Onde estavam uma certa indiferença e as críticas que, às vezes, ele fazia?” perguntava-se Jo Ann.

Dias mais tarde, Shelly, a filha de 16 anos, referiu:

⎯ O pai anda estranho…. Disse-me que eu estava particularmente bonita hoje… Mesmo sem me ter arranjado e com estas roupas velhas! Nem parece ele, mãe. O que é que lhe aconteceu?

Fosse o que fosse, Larry não mudou.

Dia sim, dia não, continuava a esforçar-se em ser positivo.

À medida que as semanas passavam, Jo Ann foi-se habituando ao novo comportamento do marido e respondia-lhe sempre “Obrigada!”.

Até que um dia…

— Quero que descanses — disse Larry. — Sou eu quem vai lavar a louça. Por isso, tira por favor as mãos dessa frigideira e sai da cozinha!

—  Certo, Larry. Obrigada!

Jo Ann sentia-se agora bem mais leve.

A sua autoconfiança tinha aumentado, e já não se sentia tão triste e acabrunhada pela rotina doméstica.

“Gosto mesmo deste novo Larry”, pensava.

Dias mais tarde, foi Jo Ann quem disse ao marido:

— Larry, também me tenho esquecido de te agradecer por teres trabalhado todos estes anos fora de casa para sustentar a nossa família. Penso que nunca te disse o que isso significa para mim!

Larry nunca revelou as razões para a alteração no seu comportamento.

Permanecerá um dos muitos mistérios da minha vida.

Mas sinto-me grata por ter de viver com esse mistério.

É que, sabem, eu sou a Jo Ann.

Jo Ann Larsen

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